XXIV - Aprenda a olhar o que você tem de bom
Certo dia, o poeta Olavo Bilac foi procurado por um amigo que desejava vender uma propriedade, um sítio, que estava lhe dando muito trabalho.
O amigo queixou-se que não teve sorte, pois sua propriedade lhe trazia muita dor de cabeça e preocupação, não valendo a pena conservá-la. Queria que o amigo poeta, redigisse um anúncio de venda do sítio para ele,.
Olavo Bilac, que já conhecia muito bem o sítio, aceitou a incubência e redigiu o seguinte anúncio: "Vendem-se encantadora propriedade onde canta os pássaros, ao amanhecer, no extenso arvoredo. É cortada por cristalinas e refrescantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda."
Passara-se muito tempo e um belo dia, Olavo Bilac encontrou seu amigo, perguntando se o mesmo havia conseguido vender o sítio.
O amigo sorrindo lhe respondeu:
"-Nem pensei mas nisso! Depois de ler o anuncio que você fez, percebi a maravilha que possuía e desisti da venda."
E assim, concluímos que muitas vezes não conseguimos perceber o que temos de bom, precisamos emprestar o olhar do outro para enxergarmos.